terça-feira, 12 de março de 2013

As viúvas desvalidas


 A novela envolvendo a apuração dos resultados do Carnaval de Rio Grande, trouxe à tona uma série de reclamações e informações desencontradas com relação a organização deste evento. 
Como é de costume pelas terras brasilis o jogo do empurra empurra e acusações descabidas predominam no que tange a qualquer tipo de informação mais detalhada. O presidente da liga Sandro TC acusa a Prefeitura de não dar o suporte necessário, acusa o secretário de estar dormindo de ressaca, fato este que ocasionou no não recebimento das urnas e a consequente ida destas para Porto Alegre junto com os jurados. O presidente da Liga também acusa e desmente o Comandante da Brigada, enfim...
Por outro lado, a Prefeitura diz que não era seu papel estar lá para receber as urnas, que a sua única obrigação com o carnaval era referente a estrutura, o qual foi dada. 
Não é meu objetivo aqui ficar dissertando sobre essa novela, mas sim, questionar o quanto estranho está tudo isso. Após estes episódios ocorridos, começou a circular nas redes sociais uma leva de postagens com forte cunho político partidário, bombardeando a atual administração. 
 
 
O que eu vejo disso tudo?
Viúvas Brancas saudosas do poder choramingando e derramando um monte de boatos sem o menor sentido.
Acho que existe uma solução mais amigável para isso tudo, já que o PT se coligou com o PPS na Prefeitura de Rio Grande, e no Governo Federal PT e PMDB constituem a base governamental, proponho o seguinte: Dá um Cc Master Gold Ultra para o Fábio, assim ele consegue encoxar boa parte das suas viúvas desvalidas e essas "ovelhinhas" vão parar de vomitar porcaria nas redes sociais. 
Assim, o Sandro TC (Presidente da Liga Carnavalesca), filiado ao PMDB, pode continuar fazendo todas as merdas que sempre fez, pode continuar mantendo através de obscuras relações um carnaval que demonstrou toda a sua podridão, justamente quando ouve uma mudança partidária no Paço Municipal.
O Lazier Martins também mudará o seu discurso, como foi possível perceber hoje, se até o ano passado Rio Grande era a oitava maravilha, agora ela é uma cidade de desafios, o qual o novo Prefeito (ele não sabe nem pronunciar o nome) terá imensos desafios pela frente. 
Não vejo problemas, Rio Grande é uma cidade previsível, onde as tradicionais famílias lutam como abutres pelas carniças do poder. Ainda veremos muitas outros episódios deste tipo. Esse é apenas o segundo, o primeiro foram as invasões de terrenos públicos. 
E a novela segue, voltaremos!!!
OBS: As imagens utilizadas neste texto são print da tela, não edito imagem escondendo o nome das pessoas que compartilham ou postam. Quer privacidade, não cria conta em uma rede social.  

Sobre Funk, música Chorão e outras coisas II

Continuação... 
Uma breve pesquisa de campo realizada com alunos, e redes sociais (facebook e twiter) nos servem como elementos subsidiais para a construção do cenário trágico onde quero chegar. 

Como já dito antes, a morte do Chorão o colocou no patamar dos poetas da música brasileira, isso dito nas redes sociais. Particularmente considero a carreira do Charlie Brown Jr dividida em duas fases. Na primeira as musicais retratavam um cotidiano de lutas, batalhas, travadas no dia a dia e no universo de milhões de adolescentes brasileiros, as vontades de sobreviver em meio as dificuldades, o skate, as festas e mulheres. Já a segunda fase, é marcada por uma mudança nas letras que ganharam um tom mais “auto-ajuda”, onde frases simples ganharam acordes de guitarras e tornaram-se verdadeiros hinos nas vozes de muitos jovens e adultos. 

Nada de mal nisso, néééé? O que chamou atenção  é o fato Chorão ser colocado como um poeta. Bom, para quem cresceu ouvindo Legião Urbana e Cazuza, ou para os mais aprofundados leitores de Neruda, Fernando Pessoa, Drumound, Caio F. Abreu entre outros, isso deve soar um pouco como deboche ou simplesmente burrice. 

Vamos a pesquisa de campo: As mais tocadas nos porta malas dos autos e o que a nossa gurizadinha anda ouvindo: 

Clipe 1. Mc Rodolfinho Como é bom ser vida loka


Bolso esquerdo só tem peixe,
O direito ta cheio de onça,
Ai meu deus como é bom ser vida loka.

De carrão, de motona,
O bagulho te impressiona,
Ela brisa, ela olha, ela pisca, ela chora,
Só pra andar de navona,
Ai meu deus como é bom ser vida loka.

Traz bebida pras gatona,
Deixa elas malucona,
Camarote, areá vip, baladinha monstra,
Ai meu deus como é bom ser vida loka.

Final de semana, só aventura,
Fluxo também, se tem balada,
Casa lotada, se prepara que hoje tem.

E nós sai de casa pesadão,
Apavorando de carro zero,
Bate o contato com a ix35,
Acelera o camaro amarelo.

Tamo de griffe, de área vip,
Envolvido na situação,
Novo mizuno, boné da quik,
E as ice thug tampando a visão.

É o som do menor rodolfinho,
Estremecendo os coração dos fã,
O progresso de hoje,
É a garantia de amanha.

Relógio rolex, double x,
Ed hardy a firma é forte,
Chego no shopping,
Ei gerente,
Quero sair daqui todo de Oakley.

Saca o malote, joga na mesa,
Que diferença que faz uma grana,
Tá ligado, ai balconista,
Quanto que custa você na minha cama.

Vem não tem tempo ruim,
Disposição ta exalando,
Bate no radio, to disponível,
É só falar qual é o plano.

Pé no chão, consciente,
Na melhor hora nós ataca,
Imbicamo na agência,
E saímos de veloster sem placa.

Cordão de ouro no pescoço,
Ferrari dos novo nas cintura,
Qual que é o corre do menino,
É o que os bico se pergunta.

Se que saber eu vou dizer,
Joga lá no youtube,
Aproveita me faz um favor,
Compartilha esse vídeo,
Lá no Facebook.

Nóis ta pesado, mesmo sim,
Não vou negar para você,
Põe as partichola,
As cachorra adora,
E a concorrência quer morrer.

E quando o bonde passa,
Chama atenção das mais top da vila,
Ela olhou, disfarçou,
Mas depois comentou com as amigas.

Comentou tipo assim,
Esse menino ai eu caso,
Ele tem dinheiro, ele é ligeiro,
Não anda de a pé, só de moto, ou de carro.

E se as amiga pergunta,
Esse menor onde se conheceu,
Fala pra elas colar na quebrada,
Que os moleque é a mesma fita que eu.

Nossa senhora, ave maria,
Eu vou tocar o putero,
Fica a vontade na limousine,
Que eu vou fazer chuva de dinheiro.

Jogo a de 5, jogo a de 10,
Jogo a de 20, jogo as onça,
Ai meu deus como é bom ser vida loca.

Ai meu deus como é bom ser vida loca.

Clipe 2: Mc Bola. Ela é top


Deixa ela passar, não olha nem mexe..
Rá ela é terrível!

Ela não anda, ela desfila
Ela é top, capa de revista
É a mais mais, ela arrasa no look
Tira foto no espelho pra postar no Facebook

Onde ela chega rouba a cena deixa os moleque babando
Na boca do bico arruma buchicho e as invejosas xingando
Baladeira de oficio não gosta de compromisso
Encanta com seu jeitinho ela não é de ninguém mais é chegada num lancinho
Quando chega no baile ela é atração
Fica descontrolada ao som tamborzão
De vestido coladinho ela desce até o chão

Rá ela é terrível!
Ela não anda, ela desfila
Ela é top, capa de revista
É a mais mais, ela arrasa no look
Tira foto no espelho pra postar no Facebook

Deixa ela passar, deixa ela passar
Onde ela chega rouba a cena deixa os moleques babando
Na boca do bico arruma buchicho e as invejosas xingando
Baladeira de oficio não gosta de compromisso
Encanta com seu jeitinho ela não é de ninguém
Mais é chegada num lancinho

Quando chega no baile ela é atração
Fica descontrolada ao som do tamborzão
De vestido coladinho ela desce até o chão

Rá ela é terrível!
Ela não anda, ela desfila
Ela é top, capa de revista
É a mais mais, ela arrasa no look
Tira foto no espelho pra postar no Facebook

Rá ela é terrível!

Clipe:  Mc Boy do Charmes. Onde eu chego eu paro tudo


Onde eu chego eu paro tudo
A mulherada entra em pane
Meu cordão é um absurdo
Meu perfume é da Armani

De Christian ou de Oakley
De Tommy ou de Lacoste
De CB1000 da Honda
Ou de Hyundai Veloster

Querido na balada
Bem vindo no puteiro
Até que eu cheguei longe
Eu sou simples sou guerreiro

Não é imaginação
É a realidade
Já virou passado
Miséria, necessidade
Não traz felicidade
Mas afasta a tristeza
E talvez minha humildade
Seja minha maior riqueza (2x)

Pick-up cabine dupla
Jet na carroceria
Correria traz fartura
Fartura traz alegria

Festinha na cobertura
No apê no Guarujá
E o comboio nervosão
Convidei geral pra lá

Bmw, Audi Q7
Um Infinity Camaro
Nóis dá banho nas piranha
Com champanhe e do mais caro

E no meu vocabulário
Não existe economia
Nóis investe no poder
E usuflui da putaria

Não é imaginação
É a realidade
Já virou passado
Miséria, necessidade
Não traz felicidade
Mas afasta a tristeza
E talvez minha humildade
Seja minha maior riqueza (2x)


Clipe: Mc Nego do Borel. Os caras do momento


Abre espaço,pros cara do momento,
Que mete joga dentro,e faz você se apaixonar,
De Abercrombie,de Christian ou Ed Hardy,
De anel,uma Aeropostale,os cara vão pirar,babar,

Quando eu passar,com um carro da moda,uma mulher dahora,
Ai de vagabundo cobiçar,
Ela tá com o cheiro que faz os cara pensar besteira,
Tá de Victoria's Secrets,212,Carolina Herrera,

E o bonde de Tommy,Lacoste e de Oakley,
Tem a Lamborghini e a Land Rover,

Quem nasceu pra cu,nunca vai ser pica,
E uma firma pobre,faço uma firma rica,
As mulheres que eu pego,são mulher do meu bolso,
Faz amor comigo,pede pra tirar foto com meu ouro,

Abre espaço,pros cara do momento,
Que mete joga dentro,e faz você se apaixonar,
De Abercrombie,de Christian ou Ed Hardy,
De anel,uma Aeropostale,os cara vão pirar,babar,

Quando eu passar,com um carro da moda,uma mulher dahora,
Ai de vagabundo cobiçar,
Ela tá com o cheiro que faz os cara pensar besteira,
Tá de Victoria's Secrets,212,Carolina Herrera,

E Abercrombie,de Christian ou Ed Hardy,
De anel,uma Aeropostale,os cara vão pirar,babar,
Quando eu passar,com um carro da moda,uma mulher dahora,
Ai de vagabundo cobiçar,
Ela tá com o cheiro que faz os cara pensar besteira,
Tá de Victoria's Secrets,212,Carolina Herrera,

212,Carolina Herrera,
212,Carolina Herrera,

Abre espaço,pros cara do momento,
Do momento,
Do momento,
Do momento,
Do momento,
Do momento,


E para não dizer que fiquei somente no Funk, coloco aqui um sertanejo. 

Clipe 5: Israel Novaes. Vem ni mim Dodge Ram


Vem ni mim Dodge RAM
Focker duzentos e oitenta, a mulherada louca
Israel Novaes arrebenta!

Já não faz muito tempo,
Que eu andava a pé, não pegava nem gripe muito menos mulher
Só pegava poeira, não olhavam pra mim
Um dia eu decidi, eu vou sair daqui.

Quem não tem dinheiro é primo primeiro de um cachorro
O trem era tão feio que nem sobrava osso pra mim
Agora eu to mudado
O meu bolso tá cheio
Mulherada atrás
Eu quero ouvir cada vez Mais

Vem ni mim Dodge RAM
Focker duzentos e oitenta, a mulherada louca
Israel Novaes arrebenta!
Vem ni mim Dodge RAM
Focker duzentos e oitenta, a mulherada louca
Israel Novaes arrebenta!

Já não faz muito tempo que eu andava a pé
Não pegava nem gripe
Muito menos mulher
Só pegava poeira
Não olhavam pra mim
Um dia eu decidi eu vou sair daqui

Quem não tem dinheiro é primo primeiro de um cachorro
O trem era tão feio que nem sobrava osso pra mim
Agora eu to mudado o meu bolso ta cheio
Mulherada atraz eu quero ouvir cada vez mais

Vem ni mim Dodge RAM
Focker duzentos e oitenta, a mulherada louca
Israel Novaes arrebenta!
Vem ni mim Dodge RAM
Focker duzentos e oitenta, a mulherada louca
Israel Novaes arrebenta! 3x


Clipe 6: Mc. Nego Blue. É o fluxo



(Joga o dedinho pro alto...)
É O Fluxo vem,É O Fluxo vem,
A balada já ta garantida,
Área vip com várias meninas,

É O Fluxo vem,É O Fluxo vem,
Nóis dá condição pras bandida,
As garrafa já tá garantida,

É O Fluxo vem,É O Fluxo vem,
Tu vai da um rolê na R1,
Na Cayenne ou então na X1,

É O Fluxo vem,É O Fluxo vem,
Se tem show do Nego Blue,
Vem que hoje é o fluxo,

Na garagem um Camaro,uma Hornet,
Cordão de Ouro,Armani e Juliet,
A fragrância do Ferrari Black,
É que hoje a noite promete,

Mandei uma mensagem lá no seu ID,
Diz que já tá pronta pra ir pro rolê,
De vestido pra enlouquecer,
E no lábio o coro vai ''cumê'',

Tá de lancha e as gata no Iate,
Paco Rabanne e no pulso Aut Breitling,
Então joga as nota pro ar,
Pode chamar que as gata vai se jogar,
(Daquele jeito)

É O Fluxo vem,É O Fluxo vem,
A balada já ta garantida,
Área vip com várias meninas,

É O Fluxo vem,É O Fluxo vem,
Nóis dá condição pras bandida,
As garrafa já tá garantida,

É O Fluxo vem,É O Fluxo vem,
Tu vai da um rolê na R1,
Na Cayenne ou então na X1,

É O Fluxo vem,É O Fluxo vem,
Se tem show do Nego Blue,
Vem que hoje é o fluxo,

Na garagem um Camaro,uma Hornet,
Cordão de Ouro,Armani e Juliet,
A fragrância do Ferrari Black,
É que hoje a noite promete,

Mandei uma mensagem lá no seu ID,
Diz que já tá pronta pra ir pro rolê,
De vestido pra enlouquecer,
E no lábio o coro vai ''cumê'',

Tá de lancha e as gata no Iate,
Paco Rabanne e no pulso Aut Breitling,
Então joga as nota pro ar,
Pode chamar que as gata vai se jogar,
(Daquele jeito)

É O Fluxo vem,É O Fluxo vem,
A balada já ta garantida,
Área vip com várias meninas,

É O Fluxo vem,É O Fluxo vem,
Nóis dá condição pras bandida,
As garrafa já tá garantida,

É O Fluxo vem,É O Fluxo vem,
Tu vai da um rolê na R1,
Na Cayenne ou então na X1,

É O Fluxo vem,É O Fluxo vem,
Se tem show do Nego Blue,
Vem que hoje é o fluxo.

(Joga o dedinho pro alto...)

A lista é imensa e eu poderia ficar horas, dias aqui elencando uma série de músicas e clipes que não sei se vocês, teriam coragem o suficiente de arriscar preciosos minutos de suas corridas vidas para assistir. 
Eu selecionei 5 Funks e um sertanejo arrocha que considero primordial para ilustrar um pouco desse novo universo musical o qual estamos vivenciando atualmente. As letras giram todas em torno exatamente de carros, mulheres, dinheiro, roupas de grife, correntes, bebidas e sexo. Os conteúdos explorados são sempre estes, e as letras não agregam nenhum tipo de valor humano, além do consumo e condições de vida que só podem ser atingidos por pessoas de alto poder aquisitivo, justamente o contrário do público que consome estes produtos.  

Aí repousa uma questão interessante, o público alvo dessas músicas mencionadas aqui é justamente uma camada popular, que não possui condições econômicas de manter um padrão de vida igual aos clipes de funk e sertanejo, mas têm seus imaginários alimentados por situações novelísticas e vidas as quais talvez, nunca viverão.  

Tendo vista todo este cenário apresentado aqui, creio que uma pessoa que escreve letras como esta (abaixo), merece respeito e, é sim, considerado um poeta. 
O poeta de uma geração que pouco lê, que pouco sabe, que pouco se informa que possuem infinitos recursos e pouco se importam com isso tudo, pois o que realmente vale é o carro, a corrente o telefone celular e área vip da balada.  




Mas disso, só os loucos sabem.

Sobre Funk, música Chorão e outras coisas I



Sempre fui um admirador de música, independente do estilo, gênero, número ou grau, música pra mim é sentimento, independente do rótulo que carregam, na minha concepção elas sempre tem alguma coisa de bom para nos transmitir.
Existe música feita para chorar lembrando momentos da nossa vida que não voltam mais, música para relaxar, música para soltar e emanar as coisas ruins, música para sociabilizar, música para brincar, sorrir, ser criança, música para balada e música para se divertir. Neste ponto, considero aqui tudo aquilo que te faz feliz, instantaneamente, por horas, dias ou até mesmo sempre. 
Sendo assim, nunca consegui me posicionar de forma crítica ortodoxa aos estilos e gêneros musicais (exceto em uma pequena fase da minha vida que o pagode corroeu a minha mente). Mas graças a eu mesmo, consegui superar esse período obscuro de minha singela vida. Não que eu não goste mais de pagode, ainda gosto, mas digo triste, pelo fato de minha ignorância ser tamanha ao ponto de me fechar num pequeno universo musical e achar que aquilo simplesmente me bastava e não era preciso ouvir mais nada. (isso é uma merda). 
Mas enfim, isso aqui não é confissões de um ex-pagodeiro, abrindo o seu baú musical perto dos 28. Como eu disse anteriormente, música é arte, é sentimento, é criação humana e como tal, deve ser respeitado sim, independente do seu estilo. Antes de tachar um “merda, lixo”, é preciso saber que por trás de toda aquela produção existe um público destinado, uma cultura a qual abraça e consome aqueles produtos. 
Agora toda e qualquer opinião crítico destruidora que partir de pessoas que não são as consumidoras desses produtos torna-se meramente juízo de valor embasado no que tu consideras como certo/errado, bom ou ruim. 
Então, este texto se propõe a falar de música a partir de um juízo de valor meu, embasado nos próprios conceitos, preceitos, sujeitos e predicados. A morte do Chorão na semana passada, causou uma imensa comoção em todo o país, particularmente fiquei muito sentido, não era um fã de carteirinha, mas cresci ouvindo Charlie Brown Jr, desde o primeiro disco lá em 1997, o Transpiração contínua e prolongada, essa banda indiretamente fez parte de momentos da minha vida. Era e é, praticamente impossível, tu passar um dia inteiro escutando rádio e não ouvir uma música desses caras.


Enfim, a partida desse músico comoveu e o assunto dominou as redes sociais por dias. Só que, uma coisa me chamou atenção e me fez pensar sobre o andar da carruagem musical dessa juventude. 
Como professor de história, lido cotidianamente com adolescentes, crianças e adultos no meio escolar. Sendo assim sempre procuro me inteirar, sobre o que essa gurizadinha anda ouvindo, curtindo e consumindo no seu dia a dia. 
O tempo passa para todos, e a merda de ontem não é mais a mesma merda de hoje, mas o que me causa espanto é justamente o avanço de alguns hábitos os quais em minha infância/adolescência nós sequer imaginávamos existir. 
Nascido em meio a década de 1980, cresci ouvindo música em vinil, vendo os clipes dos artistas no fantástico (quando passava), a única forma de saber o que os nossos artistas preferidos estavam usando, vestindo e fazendo era através de revistas e capas de discos. 
No final da década de 1990 chegaram as Tv’s a cabo e com elas, um canal mágico chamado MTV, que rodava quase 24 horas clipes dos mais diversos artistas.  Isso, acreditem, foi uma revolução para aquela geração de adolescentes. Mudou todos os hábitos daquela gurizada, roupas, comportamentos, novos produtos a serem consumidos e também, novos ídolos. 


terça-feira, 5 de março de 2013

Corsan, algumas considerações




Prelúdio...

São 16:07, do dia 06/02/2013, faz uma tarde de sol, muito calor  e vento aqui no Parque Marinha. Enquanto começo a escrever essas linhas, o barulho das máquinas e dos trabalhadores ali na frente, sinaliza a retomada das obras, ou pelo menos, mais alguma das muitas vindas, as quais, até agora resultaram em nada. 

Apresentando o assunto:

O bairro Parque Marinha, surgiu nos anos 1980, para um melhor esclarecimento, utilizo aqui as palavras do Célebre Geógrafo e professor da Furg, Solismar Fraga Martins, de acordo com ele:
O Parque Marinha do Brasil representou um dos maiores empreendimentos imobiliários para a cidade, devido à dimensão do novo bairro, que embora afastado da área de ocupação mais intensiva, totalizava 3.111 casas, distribuídas em 120 quadras e com disponibilidade de extensas áreas verdes destinadas futuramente para lazer e outras estruturas urbanas públicas como escola, posto de saúde, etc. O bairro, implantado em 1981, foi provido de infra-estrutura básica, como água tratada e energia elétrica, ruas asfaltadas e rede de esgoto. Considerando que esta última infra-estrutura era e ainda é inexistente na maioria dos loteamentos da cidade do Rio Grande, isso significava um avanço em termos de saneamento, embora temporário, já que apresentaria problemas de funcionamento em poucos anos de utilização. Registre-se que a construção do Parque Marinha se dava num período em que a indústria pesqueira estava em pleno desenvolvimento e a cidade tinha atraído uma leva de imigrantes significativa, graças ao Distrito Industrial e ao Super Porto, além, do mais os efeitos da crise dos anos 80 ainda estavam por vir. (MARTINS, 2006, p. 215).

Como dito, foi um dos primeiros bairros a já surgir com uma rede de esgotos e saneamento. Mas, acontece que este benefício que tanto diferenciou e valorizou o bairro frente aos outros da cidade, nunca apresentou qualidade em seus serviços. 

Vamos aos fatos:

Cena comum do bairro é tu estar andando pelas avenidas e se deparar com um esgoto estourado. A água corre pela rua transformando todas as redondezas num imenso e insuportável cheiro de merda. Situação essa, o qual normalmente não é resolvida em tempo hábil pela Corsan e suas terceirizadas.
A Avenida dos Grandes Lagos é um local marcado pelos muitos estabelecimentos comerciais que estão localizados em toda a sua extensão. Mas, já há alguns anos, os moradores da quadra 23, mais especificamente, vem enfrentando uma batalha física contra a Consan. 
Acontece que os canos utilizados na construção do sistema de esgotos do bairro, estão estourando constantemente, o que faz com que calçadas sejam arrebentadas, muros quebrados em busca do conserto do determinado problema.
Mas, o que se vê na grande maioria dos casos, é a prestação de serviços normalmente realizada pelas empresas terceirizadas da Corsan, realizando um trabalho de péssima qualidade, deixando uma visível sensação de inacabado.
A cereja desse bolo fedorento ficou e está por conta de um grave problema que nem mesmo o velho Saturnino de Brito saberia responder. Uma danificação séria na tubulação de esgoto faz com que esta quadra (23) se encontre numa condição vulnerável desde o mês de março do ano passado (2012).
Muitos buracos foram abertos na rua, sistemas de drenagens foram colocados nas calçadas, bombas puxando água do subsolo 24 horas por dia, e jogando água do lençol freático fora, além do transtorno causado pela água empoçada na rua e calçadas.
Como se isso não fosse o suficiente, uma outra mangueira foi instalada rente ao meio fio das calçadas, se estendendo por mais de 50 metros até o próximo bueiro, puxa água do esgoto, (água podre), e frequentemente estoura, causando aquele doce e suave gosto de merda na boca e nariz das pessoas que por ali passam.
A reclamação dos moradores junto a Corsan, acabou resultando em nada é claro, ou vocês acham que iria adiantar alguma coisa?
A resposta dada pela Companhia de Saneamento (no ano passado os moradores procuraram a Corsan para obterem algum tipo de informação sobre o problema) é de que somente em janeiro do ano que vem 2013, (ou seja o presente ano) é que seriam tomadas algumas providências, em virtude da falta de uma máquina adequada para a realização deste tipo de serviço.
Fato é que, já estamos no segundo mês de 2013 (época em que foi escrito o texto), e o impasse desta obra se encontra longe de ser resolvido. A seguir uma série de fotos ilustram melhor essa situação. 

Embasando os dados:










































Nas duas semanas seguintes a construção deste texto as obras foram concluídas.

Gran finale

Madrugada de 06/03/2013, por volta das 02:00, sou chamado por um dos proprietários da casa ao lado, que vivenciou todo esse constrangimento e prejuízos ocasionados pelas obras da Corsan. Ele me chamava para ver o que acabara de acontecer na frente da sua casa. As imagens ilustram o resultado das recentes obras da Encopav/Corsan. 
Veja as fotos e tire e tire as suas próprias conclusões disso tudo.